Debates acirrados e exibição de cerca de 100 filmes produzidos na Bahia marcaram a Semana do Audiovisual Baiano Contemporâneo, que encerrou no domingo, 28, com uma boa avaliação do público que esteve presente nas salas de cinema e aplaudiu muitos dos filmes em cartaz. Cineastas, tecnicos, atores, professores, pesquisadores e estudantes também marcaram presença tanto na platéia como nas mesas dos debates. Na pauta, temas como produção, formação, preservação, financiamento, linguagem, distribuição e novos caminhos para o audiovisual baiano.
“Pensar esta Semana foi uma grande ideia, pois pensando no audiovisual de uma forma ampla e mostrando realmente um panorama da produção atual, acabou se revelando como essa produção é rica e diversificada”, afirmou a professora Laura Bezerra, da Universidade Federal do Recôncavo (UFRB). Em sua opinião, “nós temos um complexo de vira-lata que é infernal, uma tendência a ficar reclamando e, com isso, não enxerga tudo de bom que está acontecendo, como a nossa filmografia recente”.
A Semana propiciou um grande encontro de realizadores. “Tivemos a oportunidade de discutir os problemas do cinema baiano e de aparar as arestas, tentando se entender num plano que interessa pra todo mundo, embora sejam muitas opiniões sobre muitos assuntos diferentes”, disse o cineasta Edgard Navarro, explicando que “o denominador comum que deve ser buscado por todos é o que oportuniza o encontro. O encontro pra gente saber agir de uma forma generosa com o trabalho que tem sido feito pelos outros, tanto o de outras gerações como o que está sendo feito por essa rapaziada que está chegando agora querendo botar tudo abaixo pra fazer tudo de novo”.
O cineasta e também curador da mostra, Marcondes Dourado, diretor de Audiovisual da Fundação Cultural do Estado da Bahia, avaliou que “a Semana do Audiovisual Baiano Contemporâneo foi muito rica, desde a abertura emocionante, com as homenagens aos críticos André Setaro e João Carlos Sampaio, a exposição dos cartazes de todas as edições da Jornada Internacional de Cinema, o encontro de cineastas de várias gerações até as mesas dos debates, com discussões muito produtivas e com uma grande participação do público”.
No último dia do evento, Marcondes Dourado agradeceu ao público que lotou a sala Walter da Silveira e disse: “infelizmente não temos distribuição ideal para que todo mundo tenha acesso sempre a filmes produzidos na Bahia. Tivemos a oportunidade de fazer isso nessa Semana, que está terminando com êxito. Era exatamente isso o que a gente queria e só temos que agradecer a todos que prestigiaram o evento assistindo aos nossos filmes e participando dos debates”.
Vale destacar que a Semana do Audiovisual Baiano Contemporâneo é uma realização conjunta das secretarias estaduais de Cultura e de Comunicação/Irdeb e da Regional Bahia e Sergipe do Ministério da Cultura, com apoio de várias instituições parceiras.